Maravilhosa graça! Como é doce o som
Que salvou um miserável como eu!
Esses são os primeiros versos da canção “Maravilhosa Graça”, escrita por volta de 1750. O autor dessa canção, John Newton, era comandante de um navio que levava escravos da África para a América do Norte. Em uma de suas viagens, seu navio naufragou numa terrível tempestade. Newton, pensando que ia morrer, entregou sua vida a Jesus. Salvo do naufrágio, ele se converteu, abandonou sua terrível profissão e tornou-se pastor protestante. Nos últimos anos de sua vida, pregou o evangelho nos EUA e na Inglaterra.
No seu túmulo consta a inscrição: “John Newton, outrora incrédulo e libertino, comerciante de escravos, foi, pela riqueza da graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, preservado, renovado, agraciado e chamado a pregar a fé, a qual outrora se esforçara para destruir.”
Podemos pensar que esse homem era um bandido, um mau-caráter, que causou tanto sofrimento às pessoas e que não merecia nada de bom de Deus. E podemos pensar também que sua conversão foi causada pelo remorso.
Mas de acordo com a Bíblia, todo homem é pecador e está afastado de Deus por um abismo chamado pecado. Não é necessário ter um currículo tão marcante como o de Newton. Todos somos pecadores, o pecado está enraizado na nossa estrutura, como um gene. Não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores. Deus é perfeito. Diante dele, nós somos imperfeitos, imundos, mal cheirosos. Não temos chance de agradar a Deus; nossas boas ações são machadas pelo pecado e não atendem os padrões de Deus, portanto não são suficientes para agradá-lo ou para nos aproximar dele.
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8,9)
Só a graça de Deus pode resolver esse problema grave com consequências eternas. A graça é a demonstração de bondade a alguém que não merece. Pela graça, Deus vê o homem como um culpado que precisa de perdão. A graça de Deus é um presente para nós, pelo qual não temos como pagar ou retribuir, seja com boas ações, com trabalho, ou com vontade de consertar a vida.
"Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus" (Romanos 3:24).
Pela graça, Deus enviou Jesus Cristo, seu filho, a terra, para morrer por nossos pecados, pagando a dívida causada pelo pecado e assim nos tornarmos aceitáveis diante de Deus. Pela graça, somos salvos dos nossos pecados, passamos a ser filhos de Deus, podendo ter comunhão com Ele. Isso não nos custou nada, Deus nos deu de graça. Essa é a maravilhosa graça de Deus, cantada nos versos citados no início desse artigo.
“O castigo que nos traz a paz estava sobre ele (Jesus Cristo)” (Isaías 53:5).
Só resta nos arrependermos pelos nossos pecados e reconhecermos nossa incapacidade de agradar a Deus, aceitando a salvação que, de graça, Jesus Cristo nos oferece. Pelo seu sacrifício na cruz, Jesus se tornou o único mediador entre Deus e os homens, o único que pode nos levar à presença de Deus e interceder por nós.
“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (I Timóteo 2:5).
O fato de Deus nos conceder salvação por sua iniciativa e graça, provendo todos os meios e atendendo a todas as condições que não somos capazes de satisfazer, não nos dá permissão para levarmos uma vida cheia de pecado, distante de Deus. Sobre isso, a Bíblia nos diz:
“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” ( Efésios 2:10).
“Que diremos pois? Permaneceremos no pecado...? Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Romanos 6: 1, 12-14).
“Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna” (Romanos 6:22).
S. Rinaldi